
Recentemente, recebi um e-mail de um cineasta que comentava ter lido no Jornal Extra, do Rio de Janeiro, a seguinte nota: “Uma garota queria ir ao cinema e se dirigiu ao Cinemark Dowtown, na Barra. Como o filme que procurava esgotou-se, resolveu assistir ao longa de Jorge Furtado "Saneamento Básico”. Assim que pediu os ingressos, ouviu da bilheteira: "É filme brasileiro, tá?" Sem entender a frase, resolveu perguntar o porque de tal alerta. Segundo a garota, a simpática senhora da bilheteria afirmou que essa era uma recomendação da direção do cinema. Ou seja: antes de deixar o espectador fazer a “besteira" de ver um filme nacional, o multiplex teria como regra informar ao cliente a procedência do que vai assistir.
Confesso que após ter lido este e-mail, fiquei chocada e mais indignada com a situação que vive o cinema nacional. É triste ver que o pouco espaço que ainda temos para exibir o que produzimos continua sendo discrimado. Mas o curioso é que desta vez não foi o espectador que minimizou o cinema brasileiro, e sim a própria empresa exibidora do filme, neste ato representada pela bilheteira que indiretamente concordava com as ordens que recebera.
Também me chamou a atenção por essa situação ter ocorrido no Cinemark, que é a única rede de multiplex no Brasil que dedica um dia por ano (primeira segunda-feira do mês de novembro) para o cinema brasileiro. Ou seja, esta “homenagem” que eles fazem ao cinema nacional torna-se descaso e preconceito no restante dos 364 dias do ano. Será que os argentinos, ou mexicanos, chilenos, japoneses, italianos ouvem isso quando vão assistir a um filme feito em seu país?
Tenho que concordar com o renomado cineasta argentino Paul Leduc que, recentemente, filmou cenas do seu último longa-metragem (O Cobrador) no país: “ O Brasil é um país difícil”. Difícil para produzir, financiar, distribuir, exibir e conquistar público.
Vivemos em um caos, seja ele aéreo, econômico, da saúde, moral ou ético e, no meio disso tudo, ainda temos que ouvir uma senhora nascida neste país alertar que talvez não seja a escolha certa enxergar nossa realidade ( porque Saneamento Básico é um filme que critica de maneira irônica muita coisa no nosso país) na tela do cinema.
Um comentário:
Oi Letícia,
que bom que vc gosta de cinema brasileiro e melhor ainda, escreve sobre e defende. Precisamos de pessoas assim que se posicionem, se quisermos continuar incentivando o cinema no país.
Achei seu perfil no orkut, estou divulgando o filme "A Mulher do Meu Amigo", que vai entrar em cartaz dia 21 de novembro.É uma comédia romântica, baseada na peça de Domingos de Oilveira "Largando o Escritório". O diretor CLaudio Torres, mesmo de "Redentor", resolveu colocar na telona a divertida peça teatral de um dos melhores escritores brasileiros, quando o assunto é relacionamentos e conflitos amorosos. O filme é puro entretenimento,não é cult, nem fala das mazelas do país, tem um tom irônico e não deixa de ser uma critica a atitudes e comportamentos ,além de falar de amores desencontros e traição.
Tem atores muito bons no elenco: Antonio Fagundes, Marcos Palmeira, Mariana Ximenes, Maria Luisa Mendonça e Otavio Müller.
Como vc gosta de cultura e defende o cinema brasileiro, achei uma boa entrar aqui e te falar do filme, acho que vale entrar no site oficial do filme e ver o trailer(link no orkut). E se vc gostar, não deixe de espalhar para seu amigos sobre o longa, é importante indicarmos filmes brasileiros, e o que segura o filme no cinema é a bilheteria mesmo, não tem jeito!
E se vc quiser o arquivo do trailer, ou fotos para postar aqui é só me falar. POde deixar recado no orkut, no perfil - A Mulher do Meu Amigo. Lá tem meu e-mail também.
abs
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